O advogado da família de Vitória Regina de Sousa, jovem de 17 anos assassinada em Cajamar, formalizou nesta terça-feira (15) um pedido para que o inquérito do caso seja transferido para o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Segundo ele, há “dúvidas quanto à lisura e seriedade” da investigação conduzida pela delegacia local.
Em nota à imprensa, o advogado Fábio Costa apontou como motivo principal da solicitação o “vazamento recorrente de informações” do inquérito. Ele afirmou ter tido acesso a um material que compromete o trabalho investigativo e que será encaminhado à Corregedoria da Polícia Civil.
Vitória desapareceu em 26 de fevereiro, após sair do trabalho. Seu corpo foi encontrado nove dias depois, em uma área de mata de Cajamar. O único suspeito e preso até o momento é Maicol Sales dos Santos, vizinho da vítima, que confessou o crime em depoimento.
Maicol foi indiciado por sequestro, ocultação de cadáver e homicídio qualificado, e está em prisão temporária no Centro de Detenção Provisória de Guarulhos até 8 de maio. No entanto, a defesa da família questiona a validade da confissão, alegando que ela foi obtida de maneira atípica e sem a presença de advogados.
Outro ponto que levantou suspeitas foi a divulgação de um áudio em que Maicol conversa com a mãe, de dentro da delegacia, utilizando um celular — ato proibido por lei. Na gravação, ele menciona a possibilidade de receber ajuda policial em troca de colaboração, o que, segundo a família, aumentou a desconfiança sobre o tratamento dado ao caso.
Diante dos novos elementos, o advogado da família reforça o pedido para que as investigações prossigam sob responsabilidade do DHPP, buscando garantir imparcialidade e transparência na apuração dos fatos.