PT não assina CPI do “Roubo dos Aposentados” — e a oposição acende o candeeiro

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Em Brasília, onde CPI virou sinônimo de barulho político, a mais recente proposta de investigação foi recebida com um silêncio sepulcral por parte do PT — inclusive pelo deputado Kiko Celeguim (PT-SP), que parece ter optado por tapar os ouvidos diante de um rombo de R$ 6,3 bilhões nos bolsos dos aposentados brasileiros.

A CPI do “Roubo dos Aposentados”, protocolada na última quarta-feira (30), quer investigar o esquema de descontos não autorizados em benefícios do INSS, praticados por sindicatos e associações entre 2019 e 2024. Assinaturas não faltaram: foram 185, 15 além do mínimo exigido. Só esqueceram de avisar o PT, que passou reto.

Entre os entusiasmados apoiadores estão nomes do PL, União Brasil, Republicanos, PP, PSD e MDB. Já o Partido dos Trabalhadores, conhecido por se apresentar como bastião dos direitos sociais, resolveu ficar na penumbra. Talvez o escândalo seja grande demais para o partido que já está sobrecarregado de crises para adicionar mais uma CPI ao seu cardápio político.

Kiko Celeguim, que costuma dar as caras em pautas de visibilidade mais segura, preferiu o modo “mudo” neste episódio. Nenhuma assinatura. Nenhuma explicação. Nem uma nota de rodapé no Instagram.

Enquanto isso, a oposição não apenas assinou a CPI como está fazendo o que sabe melhor: gritar. E com razão. A deputada Coronel Fernanda, por exemplo, cobrou investigação profunda, classificando o esquema como ramificado e institucionalizado. É o tipo de declaração que, normalmente, provocaria uma reação dos governistas. Mas, neste caso, silêncio.

A crise na Previdência já derrubou Carlos Lupi do ministério e colocou Wolney Queiroz na linha de fogo. A oposição quer barrar sua posse, alegando que ele já sabia do esquema e fez vista grossa. Já a base governista parece confortável com o “deixa disso”.

Entre crimes investigados pela PF e CGU estão corrupção ativa e passiva, falsificação de documentos, violação de sigilo funcional e lavagem de dinheiro. Uma farra institucional bancada com o dinheiro de quem mais precisa: o aposentado.

Mas para alguns, inclusive os que se dizem defensores dos trabalhadores, tudo isso parece muito barulhento para merecer atenção. Em um escândalo com tantos zeros e tantas vítimas, o PT — e Kiko Celeguim junto — resolveu não acender vela. Talvez para não correr o risco de iluminar o que não quer ver.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Conexão Juquery 
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