Uma menina de 5 anos foi picada no pé por um escorpião na última sexta-feira (12), no Parque Pretória, em Franco da Rocha. De acordo com Andréia Ruiz, mãe da pequena Marri Ruiz Pereira, ela foi levada às pressas ao Pronto Socorro, e felizmente, o veneno do animal foi neutralizado. A criança já está em casa e passa bem.
Em 2019, uma fatalidade abalou a cidade quando uma menina de 7 anos morreu após ser picada por um escorpião. A avó da criança, de 63 anos, ao saber da morte da neta, também passou mal e veio a óbito no mesmo hospital. As duas foram sepultadas no Cemitério da Paixão.
À época, o incidente destacou a falta de orientação sobre procedimento em casos assim, o que levou a Prefeitura e a Secretaria Estadual de Saúde a emitirem notas esclarecendo o protocolo de atendimento.
Segundo a Secretaria de Estado da Saúde (SES-SP), no último ano houve um aumento de 13% nos casos de acidentes com escorpiões nos primeiros sete meses de 2023. Nesse período, foram registrados mais de 24,2 mil casos, contra 21 mil registrados no mesmo período de 2022.
Riscos da picada de escorpião
O risco de morte devido a uma picada de escorpião é baixo, mas a vítima necessita buscar ajuda o mais rápido possível, preferencialmente, nas primeiras três horas após a picada. Isso é importante porque o veneno pode afetar seriamente o sistema nervoso central, provocando arritmias, oscilação drástica da pressão, suor constante e abundante, diarreias fortes, acúmulo de fluidos dos pulmões e confusão mental.
Por outro lado, as consequências podem ser graves para crianças de até 10 anos. Elas têm menos sangue circulante para diluir as toxinas do animal e correm maior risco de morte. Idosos também são mais suscetíveis por causa do sistema imunológico mais debilitado.
Sinais e sintomas
Acidentes com escorpiões podem apresentar sinais e sintomas específicos. Confira os principais:
- Dor intensa no local da picada, que pode irradiar para o membro acometido;
- Sudorese;
- Taquicardia;
- Agitação;
- Vômitos;
- Taquipneia;
- Hipertensão.
A SES orienta os responsáveis de crianças pequenas suspeitarem de uma picada de escorpião quando a criança apresentar choro intenso, sem causa aparente, e vômito. Neste caso, é preciso procurar atendimento médico imediato e informar a suspeita do acidente com escorpião.
Cuidados
Após uma picada, é recomendado limpar o local com água e sabão, aplicar compressa morna para amenizar a dor, procurar o serviço de saúde mais próximo para receber tratamento para a dor e, se necessário, receber soroterapia adequada.
Se for possível, isolar o animal com um pote; capturá-lo, vivo ou morto; e levá-lo ao serviço de saúde pode ajudar no tratamento, desde que isso não atrase a procura por atendimento médico.
Prevenção
O escorpião amarelo é a principal espécie que causa acidentes graves, inclusive com registro de óbitos no estado de São Paulo. Indivíduos adultos da espécie têm cerca de 7 centímetros de comprimento. Na natureza, esses animais vivem em buracos, sob pedras, em troncos de árvores ou cupinzeiros. Em áreas urbanas, tendem a se abrigar em ambientes semelhantes, como pilhas de entulho, galerias de esgoto, subsolos de residências e casas inacabadas.

A recomendação é que a população adote medidas para impedir a entrada de escorpiões dentro de casa, no quintal da residência, nas dependências de escritórios, fábricas e outros ambientes de trabalho. Além disso, as áreas internas e externas dos imóveis devem permanecer limpas, sem acúmulo de entulhos, folhas secas, lixo e materiais de construção.