Por que é crucial discutir os estigmas associados à maternidade?

O universo materno é permeado por uma variedade de medos, frequentemente enfrentados de forma isolada e solitária

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Em uma jornada que vai muito além da gestação e do pós-parto, as mães desempenham um papel fundamental não apenas na vida de seus filhos, mas também em suas próprias vidas. Nesse contexto, é imprescindível discutir abertamente a saúde mental materna, desmistificando estigmas e promovendo um diálogo franco sobre as complexidades emocionais enfrentadas durante o período gravídico-puerperal.

Muitas mulheres enfrentam o dilema de lidar com as pressões sociais e estigmas associados à saúde mental durante a gravidez e após o parto. O estigma pode se manifestar de diversas formas, desde o medo de ser rotulada como superprotetora até a ansiedade e a depressão. É crucial estabelecer um diálogo aberto, permitindo que essas mulheres se expressem sem medo de julgamentos, criando um ambiente de apoio e compreensão.

No dia 09 de novembro de 2023 foi sancionada a lei 14.721, que dá direito às mulheres terem assistência psicológica antes, durante e após o parto através do Sistema Único de Saúde (SUS). Ter um local no qual possa abordar as complexidades emocionais que podem surgir durante a gestação permite a possibilidade de ações preventivas e de apoio, capacitando as mães a compreenderem e gerenciarem melhor seus estados emocionais.

O universo materno é permeado por uma variedade de medos, frequentemente enfrentados de forma isolada e solitária. Antes mesmo da gravidez, as mulheres lidam com ansiedade na busca pela concepção, o receio da infertilidade e tratamentos para condições que podem afetar o desejo de ser mãe. Durante a gestação, preocupações diversas, como a expectativa em relação ao sexo do bebê e exames diagnósticos, podem desencadear ansiedade e depressão. Após o nascimento, o temor avassalador da Síndrome da Morte Súbita Infantil resulta em superproteção, privação de sono e outros desafios, impactando intensamente a saúde mental da mulher.

Abordar essas questões de maneira aberta e compreensiva é essencial para que as mães se sintam à vontade para explorar estratégias saudáveis de cuidado, afinal são desafios significativos que, muitas vezes, permanecem ocultos pelo estigma associado. Estabelecer um diálogo aberto sobre essas condições permite que as mães compartilhem suas experiências, recebam apoio e busquem tratamento quando necessário, quebrando o ciclo do silêncio que muitas vezes as envolve.

Um diálogo honesto sobre essa temática, compartilhando informações baseadas em evidências e estratégias para reduzir os riscos, é essencial para tranquilizar as mães e promover um ambiente de compreensão.

Desconstruir os estigmas relacionados à saúde mental materna, abrir espaço para discussões francas sobre a diversidade de experiências maternas, reconhecendo que não existe uma abordagem única para a maternidade, é fundamental. Isso permite que as mães se sintam empoderadas para buscar ajuda quando necessário, sem receios ou julgamentos.

Ao promover um diálogo aberto e sem estigma sobre saúde mental materna, estamos fortalecendo mães, desconstruindo tabus e cultivando um ambiente onde todas as experiências são validadas. Mães empoderadas são aquelas que se sentem livres para compartilhar suas vulnerabilidades, buscar apoio e construir uma rede de solidariedade que transcende os estigmas. Mais do que nunca se faz necessário promover o bem-estar mental de todas as mães, contribuindo para uma maternidade mais consciente e capacitadora.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Conexão Juquery 
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