Simbolicamente e culturalmente falando, o primeiro mês do ano nos remete a um turbilhão de sentimentos, o que propicia a pensarmos com maior entusiasmo em nossas vidas, nossas relações com nossos familiares, amigos, colegas de trabalho e afins. Iniciamos janeiro elaborando novos projetos, novas metas, levantamos questões existenciais, que nos remetem a determinadas emoções e sentimentos.
Em sintonia com a campanha Janeiro Branco, que foi instituída em abril de 2023 (porém acontece desde 2014) e se dedica à promoção da saúde mental, é essencial explorar os desafios enfrentados pelas mães, destacando sinais de alerta para possíveis sintomas de adoecimento mental.
Por meio deste texto, buscamos não apenas conscientizar sobre a importância de identificar sinais de alerta, mas também oferecer estratégias práticas para lidar com esses desafios, contribuindo para a construção de uma maternidade mais saudável e equilibrada.
O adoecimento mental, muitas vezes, é uma batalha invisível. As mães podem enfrentar ansiedade, depressão e outros distúrbios sem que essas condições se manifestem de maneira óbvia. Reconhecer esses sinais de alerta é crucial, uma vez que essas “doenças invisíveis” podem afetar significativamente não apenas a qualidade de vida da mãe, mas também a dinâmica familiar como um todo.
Diferente do que a maioria acredita, o adoecimento mental não ocorre somente após o parto, e por isso é fundamental que a mulher esteja atenta a mudanças significativas em seu estado emocional desde a gestação.
Estudos apontam que a incidência de depressão ocorre durante a gestação (20%), não no pós-parto. Aquelas que desenvolvem depressão pós-parto provavelmente já manifestaram sintomas durante a gravidez. A persistência de sentimentos de tristeza, isolamento social e ansiedade excessiva pode sinalizar a necessidade de acompanhamento profissional.
No pós-parto, a adaptação à nova rotina pode ser desafiadora. Ter uma rede de apoio no qual seja possível estabelecer um diálogo aberto e sem julgamentos sobre as emoções e desafios vividos é essencial. Essa dinâmica facilita significativamente a identificação de sinais de alerta.
Para as mães com uma rede de apoio limitada, é ainda mais importante criar laços e buscar auxílio quando necessário. Amigos, familiares e profissionais de saúde podem desempenhar um papel fundamental na identificação precoce de sinais de alerta.
Além do diálogo aberto, existem estratégias práticas para identificar sinais de alerta. Observar mudanças nos padrões de sono, apetite e interesse por atividades anteriormente prazerosas são indicadores importantes. A busca de ajuda profissional é fundamental caso esses sinais persistam.
A falta de compreensão e o estigma associado às questões de saúde mental podem ser barreiras significativas para a busca de ajuda. Desmitificar o adoecimento mental é essencial, promovendo a ideia de que cuidar da saúde mental é um ato de coragem e autocuidado.
Garantir que as mães tenham acesso a serviços de saúde mental é crucial. A criação de programas e políticas que visam apoiar continuamente as mães, desde a gestação até os primeiros anos pós-parto, é fundamental para a promoção de uma maternidade saudável.
É fundamental aumentar a conscientização sobre a importância de identificar sinais de alerta de adoecimento mental em mães. Ao criar uma comunidade de apoio e promover a acessibilidade aos serviços de saúde mental, podemos contribuir para o bem-estar emocional das mães e, consequentemente, fortalecendo as relações sociais como um todo. A maternidade é uma jornada compartilhada, e juntas, podemos construir um ambiente que promova a saúde mental e a felicidade materna.