Uma mulher, de 37 anos, que se passava por médica foi presa na última terça-feira (30) na região de Perdizes, na Zona Oeste de São Paulo. Marcela Castro Gouveia tinha o mesmo nome e o sobrenome parecido com o de uma médica que atende em Caieiras e Mairiporã.
A suspeita usava CRM da profissional para solicitar exames e receitar remédios, como o que foi flagrado no momento da prisão. Para a polícia, ela disse ser farmacêutica de formação e estudante de medicina. A mulher foi presa em flagrante por exercício ilegal da medicina e falsidade ideológica.
A verdadeira médica recebeu a denúncia pela internet, por uma paciente que procurou atendimento com a falsa médica e resolveu fazer uma pesquisa sobre ela. Ao descobrir que a mulher estava utilizando os dados de outra profissional, mandou uma mensagem alertando a médica real, vítima da situação.
De acordo a polícia, a médica verdadeira agendou uma consulta para uma amiga, que foi acompanhada de um policial. A prisão em flagrante foi feita após a falsa médica passar a receita assinada e carimbada.
“Ela aproveitou dessa característica, de serem homônimas, e começou a usar esse carimbo. Ela alterou, colocou o nome dela, mas com a numeração da vítima”, contou o delegado Felipe Nakamura. A polícia não informou por quanto tempo a falsa médica realizou os atendimentos nem se algum dos pacientes dela chegou a ser prejudicado.
Fiança e Auxílio Emergencial
Um dia após ser presa, Marcela pagou fiança no valor de R$ 50 mil e responderá pelo crime em liberdade. À polícia, ela afirmou ter renda de R$ 20 mil a R$ 30 mil por mês. No entanto, em 2020 a falsa médica recebeu cinco parcelas de R$ 600 referentes ao Auxílio Emergência, um valor total de R$ 3 mil.
O Auxílio Emergencial foi criado em abril de 2020 para ajudar trabalhadores sem carteira assinada, autônomos, MEIs e desempregados durante a crise gerada pela pandemia do coronavírus. De acordo Portal da Transparência, Marcela devolveu o valor à União.