Fim do governo Dr. Nivaldo encerra ciclo de 12 anos do grupo Celeguim em Franco da Rocha

Grupo político que dominou a cidade desde 2013 enfrenta derrota e perda de influência na região

Reprodução/Instagram
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A posse de Lorena Oliveira (Solidariedade) nesta quarta-feira (1º) marca um capítulo histórico para Franco da Rocha: ela é a primeira mulher eleita prefeita nos 80 anos do município. Além disso, sua gestão simboliza o fim do governo de Dr. Nivaldo (sem partido) e encerra um ciclo de 12 anos de comando do grupo político liderado pela família Celeguim.

Essa hegemonia teve início em 2013, quando Kiko Celeguim (PT) derrotou Pinduca (PSDB), seu principal adversário. Durante sua administração, Kiko conquistou a aprovação popular e foi reeleito em 2016 com expressivos 73,41% dos votos, superando o ex-vereador Toninho Lopes.

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A boa avaliação dos dois mandatos de Kiko foi decisiva para o sucesso de Dr. Nivaldo, seu vice, nas eleições de 2020. Ele venceu com 56,80% dos votos válidos, derrotando Valdir (PSDB).

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Nos oito anos à frente de Franco da Rocha, Kiko também se destacou regionalmente como liderança no Cimbaju (consórcio que reúne Caieiras, Cajamar, Francisco Morato, Franco da Rocha e Mairiporã). Esse protagonismo político foi coroado em 2022, quando foi eleito deputado federal com 167.438 votos. Atualmente, Kiko é o presidente estadual do PT.

O início do declínio

Com um grupo político consolidado – composto por Kiko como deputado federal, seu pai Maurici como deputado estadual e Dr. Nivaldo como prefeito –, o cenário parecia favorável para a manutenção da hegemonia regional. No entanto, bastaram quatro anos para que a estratégia desmoronasse, tornando-se um pesadelo para Kiko Celeguim.

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Maurici, Kiko e Bran Celeguim – Foto: Reprodução/Instagram

O desgaste do governo de Dr. Nivaldo, marcado por baixa aprovação popular e sua desistência de concorrer à reeleição, abriu caminho para a candidatura de Bran Celeguim, irmão de Kiko e então secretário-executivo de Gabinete. Bran lançou-se candidato pelo PT à prefeitura, mas a decisão provocou um racha interno no partido. Muitos filiados consideraram sua candidatura uma traição, já que entendiam que Lorena Oliveira, vice-prefeita à época e também filiada ao PT, deveria ser a escolha natural.

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A insatisfação tornou insustentável a permanência de Lorena no partido. Em setembro de 2023, ela deixou o PT, acompanhada por uma debandada de aliados. Três meses depois, filiou-se ao Solidariedade e emergiu como principal concorrente de Bran Celeguim. Pouco mais de um ano após o rompimento, Lorena venceu as eleições municipais, encerrando o domínio político da família Celeguim.

Reflexos da derrota

Embora Bran contasse com a força do sobrenome, a máquina pública e o apoio de figuras como o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sua derrota expôs fragilidades no grupo liderado por Kiko.

Agora, Kiko enfrenta o desafio de reconstruir alianças. A derrota do irmão em Franco da Rocha, somada aos fracassos de outros candidatos apoiados por ele na região, complica suas pretensões de reeleição como deputado federal em 2026. O futuro político do líder petista dependerá de sua capacidade de recuperar influência tanto em Franco da Rocha quanto nos municípios vizinhos.

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