O Governo de São Paulo decretou, nesta quarta-feira (19), situação de emergência em saúde pública no estado em resposta ao surto de dengue. A decisão foi anunciada pelo secretário de Estado da Saúde, Eleuses Paiva, durante reunião do Centro de Operações de Emergências (COE) para arboviroses, na capital paulista. A medida busca reforçar os esforços de combate à doença, que afeta especialmente os 225 municípios com mais de 300 casos por 100 mil habitantes.
Durante a coletiva, Paiva destacou o aumento de 20% no teto do financiamento para internações de pacientes com dengue. O acréscimo no teto MAC (Média e Alta Complexidade) visa melhorar a assistência nos hospitais e unidades de saúde do SUS em todo o estado. “O objetivo é garantir a infraestrutura necessária para adotar as medidas corretas no momento certo”, afirmou o secretário.
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O evento, realizado no Instituto Butantan, contou com a presença de autoridades e representantes do COE, incluindo a participação online de membros do Conselho de Secretários Municipais de Saúde de São Paulo. O decreto facilita o acesso dos municípios a recursos federais e estaduais, permitindo que cada cidade possa declarar emergência local, conforme a situação epidemiológica.
Ações de prevenção e tratamento
Além do financiamento, o Governo de São Paulo anunciou a aquisição de 100 novos equipamentos de nebulização portátil, elevando o total para 730 máquinas portáteis e 55 pesadas para combater o mosquito transmissor da dengue. Também foram investidos R$ 3 milhões para reforçar os estoques de medicamentos essenciais, como sais de reidratação oral e antitérmicos.
A vacinação também foi abordada, com o Instituto Butantan destacando o avanço no desenvolvimento da primeira vacina de dose única contra a dengue do mundo. A vacina, que protege contra os quatro sorotipos do vírus, está em fase final de avaliação pela Anvisa, com resultados promissores que indicam uma redução de até 89% nos casos graves da doença.
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Plano de contingência e ações integradas
O COE, criado em janeiro deste ano, reúne diversas secretarias e órgãos do estado para coordenar o combate ao Aedes aegypti. Como parte do plano de contingência para 2025/2026, a Secretaria de Saúde disponibilizou treinamentos e capacitações online para profissionais da saúde, além de ações para fortalecer a vigilância epidemiológica. As unidades sentinelas em todo o estado monitoram a circulação dos vírus da dengue, com destaque para o retorno do sorotipo 3, identificado desde 2023.
Para aumentar a transparência, o Governo de São Paulo também lançou novos painéis de dados, atualizados em tempo real, sobre os casos de dengue e chikungunya. A população pode acessar informações detalhadas no portal dengue.saude.sp.gov.br.
O estado também lançou campanhas educativas para reforçar a importância da eliminação dos criadouros do mosquito. A campanha multimídia “São Paulo: somos todos contra o mosquito da dengue” visa engajar a população no combate à doença, enquanto o portal “Dengue 100 Dúvidas” combate fake news e oferece orientações sobre prevenção e tratamento.