Justiça mira Instituto Vox Brasil por suspeita de fraude em pesquisas eleitorais

Pesquisas realizadas pelo Instituto são alvo de decisões judiciais e representações que levantam dúvidas sobre a imparcialidade dos resultados

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O Instituto Vox Brasil, responsável por conduzir pesquisas eleitorais em diversas cidades paulistas, está no centro de um debate envolvendo a confiabilidade e a metodologia de seus levantamentos. Recentes decisões judiciais e representações protocoladas em diferentes municípios têm gerado questionamentos sobre a legitimidade das pesquisas realizadas pelo Instituto.

Uma decisão liminar do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) ordenou a remoção de um vídeo publicado pelo ex-prefeito de Ribeirão Pires, Clovis Volpi, no qual ele acusava o pré-candidato Gabriel Roncon de ter contratado uma pesquisa de intenção de votos de forma fraudulenta. A juíza eleitoral Dra. Maria Carolina Marques Caro Quintiliano, responsável pela decisão, observou que o conteúdo do vídeo estava descontextualizado, uma vez que a pesquisa havia sido custeada pelo próprio Instituto Vox Brasil, conforme registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

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Em Sumaré, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SP) impugnou uma pesquisa do instituto, que pretendia medir a preferência de eleitores diante de possíveis pré-candidatos a prefeito do município. A decisão é da juíza Roberta Steindorff Malheiros, que determinou a suspensão da divulgação dos resultados, por meio de uma liminar.

Roberta entendeu que a pesquisa possuía “vícios” de apuração, além de estar “eivada de ilegalidades que prejudicariam sua legitimidade.”

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Paralelamente, em Rio Claro, o Instituto também enfrenta questionamentos após divulgar uma pesquisa que indicava vantagem significativa do prefeito Gustavo Perissinotto (PSD) sobre outros pré-candidatos. A pesquisa, assim como outras realizadas em diferentes cidades paulistas, foi autofinanciada pelo próprio Instituto, o que tem gerado desconfianças. Representações foram protocoladas na Justiça Eleitoral em cidades como, Piracicaba, Valinhos e Santos, levantando dúvidas sobre a isenção e a veracidade dos resultados apresentados.

A Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (Abep) expressou preocupação com o aumento das pesquisas autofinanciadas, alertando que elas podem ser interpretadas como instrumentos de publicidade política. João Francisco Meira, membro do conselho superior da Abep, destacou a necessidade de cautela ao avaliar esses levantamentos, que, em alguns casos, têm sido realizados por empresas com vínculos em outros setores, o que poderia comprometer sua imparcialidade.

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