Fran Chimanovitch

O lado sombrio das redes sociais: como a agressividade na web desafia a saúde mental

A compreensão desses riscos é crucial para a implementação de estratégias preventivas e de intervenção, visando criar um ambiente online mais saudável

Marcelo Camargo/Agência Brasil
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A ascensão das redes sociais trouxe consigo um fenômeno complexo e muitas vezes prejudicial: o comportamento agressivo online. Essa forma de interação, frequentemente marcada por comentários ofensivos, cyberbullying e ataques virtuais, não apenas reflete questões sociais mais amplas, mas também carrega sérios riscos psicológicos, contribuindo para a incidência de depressão e até mesmo pensamentos suicidas.

Anonimato e desinibição online

A natureza virtual das interações nas redes sociais pode promover um senso de anonimato e desinibição, levando as pessoas a expressarem comportamentos agressivos que não manifestariam pessoalmente. Essa desconexão entre a ação online e as consequências da vida real pode amplificar o impacto psicológico nas vítimas.

Efeito de contágio emocional

As redes sociais são propícias à rápida propagação de emoções, e o comportamento agressivo pode desencadear um efeito de contágio emocional. Indivíduos expostos a conteúdos agressivos podem absorver essas emoções negativas, contribuindo para um ambiente digital tóxico e aumentando o risco de desenvolver sintomas depressivos.

Ciclo de retroalimentação negativa

Comentários agressivos e humilhantes muitas vezes desencadeiam um ciclo de retroalimentação negativa. As vítimas podem internalizar as críticas e desenvolver uma visão negativa de si mesmas, aumentando a vulnerabilidade à depressão. O constante bombardeio de mensagens hostis pode criar um ambiente insalubre que mina a saúde mental.

Impacto na autoestima e identidade

A exposição à agressão online pode abalar significativamente a autoestima e a identidade do indivíduo. Comentários depreciativos e julgamentos públicos frequentes podem levar a uma perda de confiança, isolamento social e, em última instância, aumentar o risco de ideação suicida.

Pressões sociais e comparação constante:

As redes sociais muitas vezes promovem uma cultura de comparação constante. A exposição a vidas aparentemente perfeitas e padrões inatingíveis pode levar a sentimentos de inadequação e desesperança, alimentando o ciclo depressivo e aumentando a vulnerabilidade ao suicídio como uma forma de escape.

Estratégias de coping ineficazes

Diante do comportamento agressivo, as vítimas podem adotar estratégias de enfrentamento ineficazes, como o isolamento social, a internalização do sofrimento e a autocrítica excessiva. Esses padrões de enfrentamento podem contribuir para o desenvolvimento de transtornos depressivos e agravar o risco de ideação suicida.

Conclusão

O comportamento agressivo nas redes sociais não é apenas um fenômeno virtual, mas uma realidade que impacta profundamente o bem-estar psicológico dos envolvidos. A compreensão desses riscos é crucial para a implementação de estratégias preventivas e de intervenção, visando criar um ambiente online mais saudável, empático e resiliente. A psicologia desempenha um papel vital na promoção da conscientização e na orientação de esforços para mitigar os impactos prejudiciais do comportamento agressivo nas redes sociais.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Conexão Juquery 
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