A Polícia Federal realizou, nesta terça-feira (2), uma operação em São Paulo que resultou no resgate de 22 vítimas de exploração sexual. A ação começou em maio, após uma mulher trans indígena denunciar o caso ao Ministério dos Povos Indígenas.
De acordo com a denúncia, a vítima recebeu uma proposta para trabalhar em um salão de beleza na capital paulista, com a passagem paga pelo contratante. No entanto, ao chegar a São Paulo, descobriu que fazia parte de um esquema de prostituição e que teria de pagar a dívida da passagem com trabalho.
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Segundo a Polícia Federal, as mulheres trans eram trazidas das regiões Norte e Nordeste do Brasil e alojadas em imóveis alugados pela quadrilha. Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos em dois endereços: uma casa na Freguesia do Ó, Zona Norte, e outra em Franco da Rocha, na Grande São Paulo.
“As vítimas que foram identificadas e ouvidas afirmam que elas se prostituem, recebem um valor pelo serviço de prostituição, e uma porcentagem desses serviços é destinada ao pagamento das dívidas. Estas, devido a juros, se multiplicam, tornando-se um trabalho hercúleo para quitá-las, já que estão sempre crescendo”, explicou o delegado Leonardo Henrique Rodrigues.
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A Justiça decretou a prisão preventiva da mulher que comandava o esquema, mas ela não foi encontrada. A investigação apura suspeitas de tráfico de pessoas, trabalho análogo à escravidão e organização criminosa.
Das 22 mulheres encontradas nos alojamentos, apenas uma aceitou ir para um serviço de acolhimento social, enquanto as demais optaram por permanecer nas casas.