Primeira vacina do Butantan contra chikungunya deve ser aprovada pela Anvisa em breve

Imunizante desenvolvido pelo Instituto Butantan apresentou 99,1% de eficácia em testes clínicos

Tomaz Silva/Agência Brasil
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A vacina contra a chikungunya, doença viral transmitida pelo Aedes aegypti, pode ser aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) nos próximos dias ou semanas. A expectativa foi revelada por Gustavo Mendes ao portal R7, diretor de Assuntos Regulatórios, Qualidade e Ensaios Clínicos da Fundação Butantan, que desenvolve o imunizante em parceria com a farmacêutica franco-austríaca Valneva.

O Brasil registrou 214 mortes por chikungunya em 2024, e os números seguem alarmantes em 2025: já são 11,8 mil casos prováveis, com três mortes confirmadas e 12 óbitos sob investigação, segundo o Ministério da Saúde.

Eficácia e testes clínicos

A vacina passou por testes clínicos rigorosos e demonstrou eficácia de 99,1% seis meses após a aplicação. Na fase 3 dos ensaios, 750 adolescentes entre 12 e 17 anos participaram: 500 receberam a dose única do imunizante e 250, placebo. Os testes foram conduzidos em cidades com alta incidência da doença, como São Paulo, Salvador, Recife, Manaus e Fortaleza.

Após um ano, a eficácia se manteve elevada, com 98,3% dos vacinados ainda apresentando anticorpos contra o vírus. Nos Estados Unidos, um imunizante semelhante foi testado em 4.000 voluntários, obtendo 98,9% de eficácia, o que levou à aprovação pela FDA (Food and Drug Administration) e pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA).

Próximos passos

A Anvisa tem 60 dias para analisar o pedido de aprovação da vacina, podendo aprovar, solicitar mais informações ou recusar o registro. Com a liberação, o imunizante poderá ser comercializado na rede privada (laboratórios, farmácias e hospitais) e, futuramente, incorporado ao Programa Nacional de Imunizações (PNI), garantindo sua distribuição gratuita pelo SUS.

Apesar dos avanços no combate à chikungunya, especialistas ressaltam que a vacina não protege contra o zika vírus, outro arbovírus transmitido pelo Aedes aegypti. O Instituto Butantan estuda um imunizante específico para essa doença, mas o desenvolvimento ainda está em estágio inicial.

A chegada da vacina contra a chikungunya representa um avanço importante na luta contra as arboviroses, que vêm crescendo no Brasil e no mundo. A expectativa agora é que a Anvisa conclua a análise rapidamente para que a imunização comece o quanto antes.

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